Jão da Silva é um jovem brasileiro que deseja mudar de vida. Estudou em escola pública, mas sempre foi dedicado. Não era daqueles que olhava para as escolas dos ricos e pensava que só estes seriam alguém na vida – até porque não precisa ter diploma para ser alguém. Jão se esforçava, estudava com bastante afinco.
O interessante é que Jão da Silva não era o único estudioso. Ele tinha um grupo de amigos que marcavam de se encontrar, não para jogar videogame nem para beber e/ou fazer algo ilícito, mas para estudar. Certa feita, o estudo foi interrompido por uma indagação. Jão da Silva perguntou que curso eles tentariam ingressar após o ENEM.
Ninguém sabia, mas Jão da Silva tinha o sonho de ser professor. Não se decidira se faria Pedagogia para lecionar para os pequenos ou se seria letrista para dar aula de Língua Portuguesa – que ele amava solenemente – até o Ensino Médio.
Quando os amigos falaram seus desejos, Jão da Silva arregalou os olhos surpreso ao escutar:
- Medicina! – disse um;
- Medicina! É lógico! – afirmou outro;
- Medicina! Mas não aqui! Vou tentar no exterior;
- Vou estudar para algum concurso público federal – disse o último – para depois, estabilizado, tentar fazer medicina!
Então todos perguntaram para Jão da Silva o que ele iria fazer.
- Medicina, é claro!
Jão da Silva não queria ser médico. Mas foi claramente influenciado. Chegando em casa, foi logo pesquisar sobre a profissão de professor. Viu notícias sobre a falta de valorização salarial e humana, casos de professores sendo agredidos, se licenciado com pânico e tudo mais. E mesmo tendo um talento nato para lecionar e um amor peculiar pela Língua Portuguesa, enterrou seu talento para ir à Faculdade de Medicina.
Jão da Silva conseguiu uma bolsa para cursar medicina. O orgulho da família! Todos disseram o famoso “sempre acreditei em você”. Jão da Silva começou o curso animado, tinha a oportunidade de mudar a vida da família sendo médico.
Mas em um belo dia Jão da Silva teve que interromper o curso por causa de uma cirurgia. Não, ele não tinha nenhuma doença. É que Jão da Silva escolheu cursar medicina, mas havia esquecido que não podia ver sangue que desmaiava.
Autor: Professor Anderson Carlos Bezerra
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